quarta-feira, 30 de abril de 2014

O Profeta Muhammad (saw) e a sua Suna (ár. Sunnah).













Muhammad (saw) nasceu no ano 570 D.C., provindo da
honrosa linhagem de dois dos maiores Profetas de Deus:
Abraão (saw) e o seu filho primogénito, Ismael (saw).
Muhammad (saw) cresceu com o título de “o Confiável” e,
aos quarenta anos, foi escolhido por Deus para ser o Seu
último Profeta e Mensageiro.
A Suna refere‐se ao que foi dito, praticado e aprovado
pelo Profeta Muhammad (saw). Os relatos e narrações
referentes à Suna são conhecidos pelo nome de Hadice,
tendo sido recolhidos em livros bem conhecidos. Tal
como o Alcorão, Muhammad (saw) recebeu a Suna por
inspiração divina. Ao contrário do Alcorão, a Suna não é
o discurso directo e literal de Deus. Os ensinamentos
vieram de Deus (revelação divina), mas as palavras
foram as de Muhammad (saw) [um exemplo para a
Humanidade]. A Suna encontra‐se igualmente
meticulosamente preservada.
É obrigatório aos Muçulmanos seguirem a Suna do
Profeta Muhammad (saw). No Alcorão, Deus ordena aos
crentes que obedeçam ao Seu Mensageiro (o Seu
representante). Deus diz o seguinte:

«Ó vós que credes! Obedecei a Deus, e obedecei ao
Mensageiro ...» [Alcorão 4 : 59].

O objectivo da vida humana é servir e obedecer a Deus, o
que é conseguido seguindo‐se as práticas e os
ensinamentos do Profeta (saw). Deus diz:
«Na verdade, tendes no Mensageiro de Deus um
excelente exemplo para aqueles que esperam
contemplar Deus, deparar‐se com o Dia do Juízo
Final, e invocam Deus frequentemente.» [Alcorão 33: 21]

O Profeta (saw) revelou aos Muçulmanos como deveriam
concretizar todos os aspectos da adoração a Deus. A sua
morte sucedeu quando ele contava 63 anos de idade (no
ano 632 D.C.), tendo sido sepultado na sua casa, na
cidade de Medina (Yathrib). Foi sempre hábito seu saudar
e afastar‐se dos seus Companheiros com saudações e
invocações de paz, o que é recomendado a todo o
Muçulmano fazer. Em apenas um século, o Islão
espalhou‐se por três continentes, desde a China e por
toda a Ásia, ao longo de África, chegando a Espanha, na
Europa.

O Alcorão.


























O Alcorão é o registo final, infalível, directo e completo
das palavras exactas de Deus, transmitidas pelo Anjo
Gabriel e firmemente implantadas no coração do último
dos Seus Profetas e Mensageiros, Muhammad (saw). Foram
muitos os companheiros de Muhammad (saw) que
aprenderam e memorizaram o Alcorão, transmitindo‐o
de geração em geração, até chegar a nós, primeiro, por
via oral e, depois, escrita.
Os livros que precederam o Alcorão, transmitidos pelos
Profetas e Mensageiros (saw) de Deus, foram também
enviados por Este. Ao revelar o Alcorão, a mensagem de
Deus foi restaurada e clarificada. O Alcorão é único em
várias maneiras. Deus, o Guardião, preservou
perfeitamente o Alcorão da corrupção, assegurando que
esta o não atingisse até ao fim dos tempos. Este Livro é
tido, não apenas pelos Muçulmanos, mas também pelos
historiadores da religião, como o mais autêntico de entre
os textos religiosos de todas as religiões. Nenhum dos
outros livros revelados chegou até nós na sua forma ou
língua originais. A alguns deles, como é o caso dos
pergaminhos revelados à Abraão (as), nem sequer
tivemos acesso. Ao longo dos tempos, partes das outras
Escrituras foram reescritas e, outras, eliminadas,
distorcendo a mensagem original.
Deus não permitiu que esta contaminação atingisse o
Alcorão, visto este tratar‐se do Seu Último Livro,
destinado a toda a Humanidade, até ao Dia do Juízo
Final. Nenhum outro Profeta ou Mensageiro será
enviado. Se Deus não tivesse protegido o Alcorão, este
nunca teria chegado até nós na sua forma original. Por
este motivo, Deus não confiou aos seres humanos a
preservação do Alcorão.
Visto Deus ter continuado a enviar uma sucessão de
Profetas e Mensageiros, a preservação divina das
primeiras Escrituras não foi tão importante. A lei contida
nessas Escrituras mais antigas não se encontrava ainda
na sua forma final. Por ordem de Deus, Jesus
introduziu modificações nessa lei. Exemplo dessas
modificações, é o facto de ter tornado legítimas algumas
coisas antes consideradas proibidas, sem introduzir
qualquer alteração no conceito fundamental de
monoteísmo.
Uma outra qualidade única do Alcorão é o facto deste ser
um milagre impressionante em si e por si mesmo.
Milagre é um fenómeno que vai contra a ordem natural
das coisas e manifesta claramente a intervenção de Deus,
o Todo‐Poderoso.
Todos os Profetas e Mensageiros foram portadores de
milagres de Deus, os quais evidenciavam claramente a
veracidade das suas Profecias. Abraão (as) sobreviveu
sem mácula, ao facto de ter sido atirado a um fogo
ardente. Moisés (a.s) ergueu o seu bastão, e as águas do
mar dividiram‐se, por misericórdia de Deus. Jesus (as),
filho de Maria, tocava nos mortos e em doentes
terminais, e trazia‐os de volta à vida, completamente
saudáveis, com a permissão de Deus. Todos estes
milagres revelavam a legitimidade e validade dos
Profetas e Mensageiros, mas estes milagres apenas foram
testemunhados pelas pessoas que então se encontravam
presentes.
Embora a Profecia de Muhammad (as) fosse igualmente
confirmada por vários acontecimentos milagrosos, de
todos eles, o mais importante é, de longe, o Glorioso
Alcorão. Deus intima todos aqueles que duvidam da
autenticidade do Alcorão, a apresentarem um único
capítulo similar aos deste Livro. (Há que realçar que o
mais pequeno dos capítulos do Alcorão é composto por
apenas três versículos). Isto nunca foi feito por nenhum
ser humano, embora, ao longo da História, muitas
tenham sido as pessoas que pretenderam desacreditar o
Alcorão e erradicar o Islão. O desafio lançado por Deus
permanece em aberto até ao Dia do Juízo Final. Um dos
milagres do Alcorão é o facto deste ser o auge da
literatura por excelência. Realmente, este encontra‐se
escrito na mais eloquente prosa Árabe alguma vez vista.
O seu estilo não tem igual no idioma Árabe, trata‐se de
um estilo inimitável. O Alcorão destina‐se a todos os
povos, e encontra‐se‐nos disponível na língua Árabe
original e actual, a qual é ainda extremamente falada em
vários países do Mundo, por milhões de pessoas. Os
textos originais de muitas outras religiões perderam‐se
ao longo dos tempos, e encontram‐se, actualmente,
escritos em idiomas que não são mais comummente
falados.
Nem uma única palavra do Alcorão é da autoria de
Muhammad (saw). Todas as palavras que o compõem
provêem de Deus. Na verdade, Muhammad (saw) não
sabia ler nem escrever. O Profeta (saw) recitava o Alcorão
exactamente como este lhe era revelado pelo Anjo
Gabriel , enquanto que os seus Companheiros,
obedecendo a instruções suas, o escreviam e
memorizavam. O Alcorão é o discurso directo de Deus.
Consequentemente, o Alcorão é o Único Livro de que
dispomos actualmente da autoria unicamente de Deus.
Não existem outras versões do Alcorão. Não obstante o
facto de existirem muitas traduções do Alcorão, nem de
perto estas são tão magníficas e lindas como o texto
Árabe original. Apresenta‐se, a seguir, um simples
exemplo, composto pelo significado dado na tradução
Portuguesa a um versículo do capítulo 112:

“Em nome de Deus, o Beneficente, o
Misericordioso. Dizei: Ele é Deus, o Único e
Verdadeiro; Deus, o Eterno, o Absoluto; Ele não foi
gerado nem gerou; e não existe outro a Ele
comparável.”

A Declaração de Fé (Shahaadah).














É obrigatório a toda a pessoa que pretende aderir ao
Islão, acreditar e dizer: “Testemunho que não existe
outra divindade excepto Deus, e que Muhammad é o Seu
Mensageiro”.Com esta simples, mas importante e poderosa
declaração,a pessoa é considerada Muçulmana.
Não existe iniciação alguma no seio do Islão.
Os conceitos contidos no testemunho de fé podem ser
explicados pela análise de cada uma das três partes que o
constituem.

 A primeira parte, “Outra divindade…”, é
uma negação do politeísmo. É uma negação da
existência de qualquer divindade verdadeira, a não ser
Deus, ou de qualquer entidade que partilhe de algum dos
atributos de Deus.

 A segunda parte, “…excepto Deus”, é
uma afirmação do monoteísmo. Deus é o único a Quem
deve ser prestado culto.
“Muhammad é o Mensageiro de Deus” constitui a
terceira parte da declaração de fé. Trata‐se de uma
afirmação da Profecia de Muhammad (saw), como o último
dos Profetas e Mensageiros de Deus. Isto exige a
aceitação incondicional do Alcorão e do que
verdadeiramente foi dito por Muhammad (saw), assim
como as suas tradições.
Ao acreditar e ao proclamar o testemunho de fé, a pessoa
rejeita todos os falsos objectos de adoração, afirmando
que Deus é o único a Quem deve ser prestado culto. Deus
não possui igual ou associado. Deus promete que, assim
que a pessoa afirmar e dizer sinceramente: “Testemunho
que não existe outra divindade, excepto Deus, e que
Muhammad é o Seu Mensageiro”, todos os seus pecados
anteriores serão perdoados. Do mesmo modo, também os
seus bons actos antes praticados poderão ser recompensados
por Deus, o Complacente.

Ir em Peregrinação a Meca.

Caso tenha possibilidade e meios para o fazer, todo o
Muçulmano é obrigado a ir em peregrinação à Ka’aba, em
Meca, uma vez na vida. Muçulmanos vindos de todas as
partes do Mundo reúnem‐se, com o objectivo de adorar e
agradar a Deus. Anualmente, milhões de peregrinos
visitam a Ka’aba e realizam a Hajj (Peregrinação a Meca).
















O ritual da Hajj teve origem com o Profeta Abraão (as) e
foi retomado por Muhammad (saw). A peregrinação a Meca
obriga os peregrinos a quebrarem as barreiras
raciais, económicas e sociais que ainda possam existir nas
suas sociedades. Constitui também um convite a cada
peregrino a praticar a paciência, o auto‐domínio e a
piedade. Os peregrinos envergam vestes simples, que
anulam as distinções de classe e cultura. Cada um destes
actos obrigatórios de adoração mantém viva a lembrança
de Deus, e lembra a todos os Muçulmanos que provimos
de Deus, e a Deus regressamos.






Jejuar durante o Ramadão (Sawm).













Um Muçulmano púbere, fisicamente apto a fazê‐lo, deve
jejuar durante o mês lunar do Ramadão. Trata‐se de um
mês significativo, visto ser o mês em que ocorreu a
primeira revelação do Alcorão a Muhammad (saw). Dado
um ano no calendário lunar ter onze dias a menos do que
no calendário solar, gradualmente, o mês do Ramadão
ocorre em todas as estações do ano. Do mesmo modo que
a doação de esmolas é uma forma de purificar a riqueza,
jejuar é uma forma de auto‐purificação. O jejum tem
início ao amanhecer e termina ao pôr‐do‐sol, da hora
local. Durante as horas diurnas, a pessoa que jejua deve
abster‐se de comer, beber e manter relações sexuais com
o cônjuge. Estas actividades são permitidas desde o
pôr‐do‐sol até ao amanhecer seguinte. O acto de jejuar
ensina a pessoa a ter paciência e auto‐controlo. Tal como
orar, jejuar é uma forma de voltarmos a Deus, em sincera
adoração. Os dois feriados Muçulmanos são, o ‘Eid Al‐
Fitre, celebrado no fim do Ramadão, e o ‘Eid Al‐Adha,
celebrado no fim da Hajj (Peregrinação a Meca). Jejuar
lembra‐nos as condições em que vivem os necessitados,
levando‐nos a apreciar as mais simples das benções, as
quais frequentemente temos como certas, como é o caso
de beber um simples copo de água e comer à vontade.


Pagar as Esmolas Anuais (Zakah).


















É dever religioso de todo o Muçulmano, suficientemente
próspero para acumular e reter lucros, dar parte dos seus
ganhos anuais aos mais necessitados. Estas esmolas têm o
nome de Zakah em Árabe, o que, literalmente, significa
“purificação”. Todas as coisas pertencem a Deus, o
Misericordioso, e a riqueza é tida como certa pelos seres
humanos. O pagamento destas esmolas é uma forma
que as pessoas financeiramente estáveis têm, de
purificarem os lucros honestos que Deus lhes concedeu.
Além disso, constitui um meio de, directamente,
distribuir a riqueza pela sociedade, ajudando os pobres e
necessitados. A Zakah (esmolas) purificam também a
alma daquele que dá, diminui a ganância e fortalece a
compaixão e a generosidade entre a Humanidade. O
valor médio destas esmolas é de dois e meio por cento
das poupanças acumuladas durante um ano. Estas
esmolas são deduzidas das poupanças, não dos
rendimentos e salários.

Orar Cinco Vezes ao Dia (Salah).





















É exigido ao Muçulmano que realize cinco orações
diárias obrigatórias. Um Muçulmano vira‐se para
Makkah (Meca), enquanto realiza estas orações,
direccionando‐se para a primeira Casa construída para
adorar ao Deus Único. A esta Casa é dado o nome de
Ka’aba, uma estrutura vazia em forma de cubo, localizada
no país que é agora a Arábia Saudita. A Casa foi erguida
por Abraão (a.s) e pelo seu filho, Ismael , para adorar
o Deus Único e Verdadeiro.
que a pessoa aceitasse todos os Profetas e Mensageiros
que procederam a Moisés , como é caso de Jesus ou
Muhammad.
Há que ter em conta que o Islão não possui quaisquer
símbolos ou relíquias sagradas. Nós não adoramos a
Ka’aba; adoramos simplesmente a Deus quando nos
direcionamos para a Ka’aba. Direccionarem‐se para a
Ka’aba une os fiéis nas suas orações ao Deus Único.
Considera‐se que, adorar a Ka’aba ou qualquer outra
coisa criada, é prestar culto a um ídolo. De modo mais
claro, os materiais utilizados para a construção desta
Casa não são mais sagrados do que quaisquer outros,
utilizados para a construção de um outro edifício qualquer.
Estas orações ocorrem durante o dia e durante a noite, e
são uma constante lembrança do dever humano e da sua
submissão a Deus. As orações representam um elo
directo entre o fiel e Deus. Constituem uma oportunidade
para que este regresse a Deus, enquanto Lhe presta culto,
para agradecer, pedir perdão e suplicar pela Sua orientação
e misericórdia.
Um Muçulmano pode, voluntariamente, orar mais vezes.
As orações, no sentido geral de súplicas, podem,
praticamente, ser oferecidas em qualquer momento e
lugar.

quinta-feira, 24 de abril de 2014

Os Cinco Pilares do Islão.
















São cinco, os actos de adoração obrigatórios que todos os
Muçulmanos devem respeitosamente cumprir. Não os
realizar representa um grave pecado. A edificação do
Islão assenta nestes cinco pilares. Caso uma pessoa negue
a obrigatoriedade de um deles, então, não pode ser
considerada Muçulmana.
As cinco obrigações dos Muçulmanos são as seguintes:

a) A declaração de fé: “Testemunhar que não existe
outra divindade excepto Deus, e que
Muhammad é o Seu Mensageiro” (Shahaadah);
b) Orar cinco vezes ao dia (Salah);
c) Pagar as esmolas anuais (Zakah);
d) Jejuar durante o mês do Ramadão (Sawm);
e) Ir em Peregrinação a Meca (Hajj).


Não existe Compulsão alguma na Religião.





















Tendo em conta a ênfase colocada no livre arbítrio dos
seres humanos, deduz‐se que o Islão apenas pode ser
aceite de livre vontade. O objectivo da vida humana é
adorar a Deus de livre vontade. Consequentemente, os
assuntos relacionados com a fé apenas têm valor,
liberdade de escolha. Caso uma pessoa seja coagida a
aceitar uma religião, essa aceitação é falsa e não possui
valor algum. Deus, o Amável, diz o seguinte:

«Não há compulsão na religião. O caminho
verdadeiro já está distinto do errado; aquele que
rejeita o sedutor (demónio) e crê em Allah terá
lançado mão de um sustentáculo firme,
inquebrantável. E Allah ouve e sabe tudo.»

[Alcorão, 2:256]

Os Seis Artigos de Fé.

















Existem determinados princípios em que a pessoa deve
acreditar, sem qualquer sombra de dúvida, de modo a
que possa ser considerada Muçulmana. Tais artigos de fé
são os seguintes:

a) Acreditar em Deus;
b) Acreditar nos Seus Anjos;
c) Acreditar nos Seus Livros;
d) Acreditar nos Seus Profetas e Mensageiros;
e) Acreditar no Dia do Juízo Final;
f) Acreditar na Predestinação.

O Livre Arbítrio dos Seres Humanos.













Um aspecto importante do Islão é o de que todos os seres
humanos possuem livre arbítrio para escolherem entre o
bem e o mal. Deus, o Concessor, honrou a Humanidade
com esta grandiosa oferenda. Contudo, esta acarreta
igualmente uma grande responsabilidade e, no Dia do
Juízo Final, seremos responsabilizados pelo uso que dela
fizemos.
O livre arbítrio humano não contradiz, seja de que modo
for, o facto de que Deus, a Testemunha, sabe de tudo o
que acontece na criação. Uma pessoa pode dizer: “Se
Deus sabe que vou pecar amanhã, então, é inevitável
que eu o faça, visto o conhecimento de Deus ser
infalível e, o que Deus sabe, acabará por acontecer”.
O conhecimento de Deus da decisão desta pessoa não
significa que ela seja obrigada a tornar real o que pensou
fazer.
Do mesmo modo, o livre arbítrio humano não contraria a
absoluta soberania de Deus sobre tudo o que existe na
criação. E nem contradiz o facto de que, na criação, nada
acontece, senão o que Deus deseja. Uma pessoa pode
dizer: “Assim sendo, eu não possuo livre arbítrio algum.
O meu livre arbítrio não é, senão uma ilusão”. Pelo
contrário, Deus criou em nós a capacidade de
formularmos intenções. Deus quer que consigamos fazer
as nossas próprias escolhas. Quando uma pessoa faz uma
escolha, Deus, por intermédio da Sua divina vontade,
cria as acções e as circunstâncias que permitem a
concretização da intenção da pessoa. É da vontade de
Deus que os seres humanos possuam livre arbítrio. Nem
sempre Deus se sente agradado com as decisões tomadas
pelos seres humanos, mas Ele quer que lhes seja possível
tomar estas decisões por sua livre escolha. Um exemplo
disto, é o facto de uma pessoa decidir praticar uma boa
acção. Esta boa acção pode nunca ser levada a cabo, mas
Deus pode recompensar a pessoa pela intenção que teve
de a praticar. Caso a boa acção venha a suceder, foi
porque Deus assim o permitiu, e Deus recompensará
tanto a intenção, como a acção. Por outras palavras,
Deus, o Julgador, pode recompensar‐nos pelas boas
acções que tenhamos pretendido concretizar, embora o
não tenhamos feito; contudo, Ele não castigará as pessoas
pelas suas más intenções, desde que não concretizadas.


A Unicidade de Deus na Sua Soberania.


















A Unicidade de Deus na Sua Soberania significa que
Deus, o Criador Original dos Céus e da Terra, possui
absoluto e perfeito domínio sobre todo o Universo.
Unicamente Ele é o Criador de todas as coisas. A Ele
somente se deve tudo aquilo que acontece. É Ele Aquele
que proporciona todo o alimento e determina a vida e a
morte. Ele é o Poderoso, o Omnipotente, perfeito em
todas as coisas e sem defeito algum. Ninguém partilha
com Ele o Seu domínio. Ser algum pode resistir à Sua
Predestinação. Ele é Aquele que criou cada um de nós,
que o fez a partir de uma única célula, tornando‐nos
naquilo que somos. Ele é Aquele que criou mais de cem
biliões de galáxias, que criou cada electrão, neutrão e
quark constituinte destes. A Ele se deve o facto de que,
tudo aquilo que existe, assim como as leis da natureza, se
mantenham em perfeita ordem.. Não cai uma folha sem
que Ele assim o permita. Tudo o que existe é mantido
num registo preciso.
Ele é, de longe, muito superior ao que podemos
imaginar. Ele é de tal modo poderoso que, para criar
algo, limita‐se a dizer simplesmente: “Existe!”, e assim
acontece. A Ele se deve a criação de todos os mundos
conhecidos e desconhecidos, não obstante o facto d’Ele
não ser parte de nenhum deles. Muitos dos credos
existentes reconhecem que o Criador do Universo é um
só, sem outro igual. O Islão engloba o conhecimento de
que Deus não é parte da Sua criação, e que nada da Sua
criação partilha do Seu poder.
No Islão, acreditar que alguma das criações de Deus
partilha do Seu poder ou atributos é considerado
politeísmo e falta de fé. Exemplo destas falsas crenças
seria acreditar que cartomantes ou astrólogos podem
predizer o futuro; Deus, o Todo Sapiente, diz que
somente Ele possui o conhecimento do futuro. Apenas o
Divino pode oferecer ajuda divina. Ser algum, com
excepção de Deus, possui a capacidade de conceder
ajuda ou orientação divina. Acreditar que feitiços ou
talismãs para atrair a boa sorte possuem algum tipo de
poder, é tido como uma forma de politeísmo. Tais
conceitos são negados pelo Islão.


O Monoteísmo.
















O conceito de monoteísmo (conhecido pelo nome de
“tawhid” em Árabe) é o mais importante dos conceitos do
Islão. O monoteísmo aponta para o primeiro dos Dez
Mandamentos e, no Islão, tudo se constrói em torno da
unicidade de Deus. O Islão exorta a Humanidade a
afastar‐se da adoração a qualquer obra da criação,
convidando‐a, sim, a adorar o Único Deus Verdadeiro.
Caso o conceito de monoteísmo esteja comprometido,
acto algum de adoração ou veneração possui qualquer
tipo de valor ou significado.
Dada a sua importância, o conceito de monoteísmo
(unicidade e singularidade divinas) deve ser
compreendido na sua totalidade, e de forma adequada.
De modo a facilitarmos o debate, o monoteísmo pode ser
visto de acordo com as seguintes três perspectivas:

a. A Unicidade de Deus em Sua Soberania (Omnipotência)
b. A Devoção de toda a adoração ao Deus Único
c. A Unicidade e Singularidade de Deus nos Seus Nomes e Atributos.

De modo algum esta enumeração representa a única via
de acesso à abordagem de que Deus é Único e apenas
Um. Contudo, permite que o tema seja mais facilmente
analisado e discutido (o monoteísmo é a chave para a
compreensão do Islão, sendo recomendado que se reveja
este conceito).

O que é o Islão?

















Literalmente, a palavra Árabe “Islão” significa “entrega”
ou “submissão”. O Islão, enquanto fé, significa entrega
total e sincera a Deus, de modo a que seja possível à
pessoa viver em paz e tranquilidade. A paz (Salam em
Árabe, Shalom em Hebraico) é alcançada por meio de
uma forte obediência aos mandamentos revelados por
Deus, visto Deus ser o Justo, a Paz.
O significado do nome “Islão” é universal. O Islão não
foi assim nomeado devido a uma pessoa ou a uma tribo,
como sucedeu com o Judaísmo, que deve o nome à Tribo
de Judá, o Cristianismo, que surgiu depois de Cristo, ou
o Budismo, que procedeu a Buda. O nome Islão não foi
escolhido pelos seres humanos; foi divinamente
transmitido por Deus. Trata‐se de uma fé global, que não
pertence ao Oriente ou ao Ocidente. É um modo de vida
completo, que implica a total submissão a Deus.

Aquele ou aquela que, voluntariamente, submete a sua vontade
a Deus, é chamado Muçulmano. Não foi Muhammad (saw),
mas sim Adão (a.s), quem primeiro transmitiu o Islão à
Humanidade. Posteriormente, cada um dos Profetas e
Mensageiros que se lhe seguiu, exortou o povo a
compreender de forma inequívoca os mandamentos de
Deus. Para o conseguirem, usaram ensinamentos
relevantes adequados à época em que viviam, até que
Deus escolheu o último dos Profetas, Muhammad (saw),
que trouxe consigo o Último Testamento, conhecido pelo
nome de “O Alcorão”.
Em Arábico, o nome “Allah” significa “O Único Deus
Verdadeiro”, o nome adequado Àquele que criou os
Céus e a Terra. Judeus e Cristãos que falam Árabe
referem‐se igualmente a Deus pelo nome de Allah. Para
um Muçulmano, Allah é o maior e mais abrangente nome
de Deus, referindo‐se Àquele que é adorado quando se
presta culto, Aquele que criou tudo o que existe.