quarta-feira, 7 de maio de 2014

A Estrutura Organizacional do Islão.

















O Islão enfatiza grandemente o relacionamento entre o
indivíduo e Deus, sendo que este relacionamento se
baseia nas orientações contidas no Alcorão e na Suna. Em
contra‐partida, este relacionamento irá definir o modo
como um Muçulmano se relaciona com as restantes
pessoas, o que originará justiça, organização e harmonia
social.

O Alcorão diz o seguinte:
«Na verdade, o mais honrado, dentre vós, perante Deus,
é aquele que é mais temente.» [Alcorão 49 : 13]

Os sábios, os piedosos, os conhecedores do Islão e os
verdadeiros na prática religiosa são os líderes naturais do
Islão.
O Islão não especifica o modo como alguém pode tornarse
erudito. Qualquer pessoa, com inteligência suficiente,
estudo e determinação, pode procuraralmejar sê‐lo.
Contudo, nem todos disporão de tempo e recursos
suficientes para o conseguirem. Todas as pessoas deverão
esforçar‐se para aprender o mais que puderem, embora
reconheçam que Deus é Único, o Concessor do
conhecimento e da compreensão.
O erudito desempenha um papel crucial na sociedade
Muçulmana. Ele (ou ela) consagra anos da sua vida ao
estudo do Islão. Não é permitido aos eruditos perdoar
pecados, abençoar pessoas ou introduzir mudanças na lei
de Deus. Eles comunicam a informação adquirida do
estudo que fizeram do Islão e da Suna e, pela sua nobreza
de carácter, inspiram os outros a serem melhores.
Determinadas pessoas utilizam a palavra “clérigo” para
descreverem um erudito Muçulmano. Contudo, trata‐se
de um erro. No Islão, não existe um clero formal, pessoas
ordenadas ou uma hierarquia. O relacionamento entre o
indivíduo e Deus é directo. Ninguém, senão Deus, pode
dizer o que é permitido e o que é pecaminoso. Ser
humano algum pode abençoar outro. Cada pessoa
responde directamente por si, perante o Seu Senhor e
Criador.
Quando visitamos uma Mesquita, podemos ver alguém a
conduzir as orações congre‐gacionais. Sempre que os
Muçulmanos oram em conjunto, escolhem alguém para
liderar as orações, de modo a que lhes seja possível orar
em uníssono e em harmonia. O melhor é que, a pessoa
escolhida, seja a que possui maiores conhecimentos do
Alcorão e do Islão. A esta pessoa é dado o nome de
Imame, o que, literalmente, significa: “aquele que
conduz”. Ao meio‐dia das Sextas‐Feiras, existe uma
oração congregacional especial, à qual é requerida a
participação de todos os Muçulmanos do sexo masculino,
sendo que a participação feminina é voluntária. Esta
oração semanal é precedida de um curto sermão. Aquele
que pronunciar este sermão deverá ser o mais sapiente
em termos de compreensão dos princípios Islâmicos.

Jesus.
















Jesus (as) foi um dos Profetas e Mensageiros de Deus,
que apelou para a unicidade de Deus. Em momento
algum, Jesus (as) reivindicou divindade para si mesmo,
ou pediu para ser adorado.
O seu nascimento deu‐se de uma virgem. Este foi um dos
muitos milagres relacionados com Jesus (as) e
permitidos por Deus. Jesus (as) nasceu sem pai. No
Alcorão, Deus diz o seguinte:

«Na verdade, o caso de Jesus, perante Deus, é
como o caso de Adão; Ele criou‐o do pó, e
depois disse‐lhe: ʺSêʺ, e ele foi.» [Alcorão 3:59]

Deus criou Jesus (as), assim como criou tudo aquilo que
existe na criação. Jesus (as), Adão (as) e Eva são únicos,
no modo como foram criados: Jesus (as) nasceu sem pai;
Adão e Eva foram criados sem pai e sem mãe.
Relativamente a nós, todos nós tivemos pai e mãe.
Acreditar que Jesus (as) é o filho de Deus, ou que Deus
possui familiares, como é o caso de um pai, de uma mãe,
de um filho ou filha, é o mesmo que atribuir o acto de
procriação ao Criador. Os Muçulmanos acreditam que
isto é politeísmo, o que é absolutamente proibido no
Islão. De modo idêntico, conceder atributos do Criador à
Sua criação constitui um grande pecado, o que, no Islão,
encontra‐se claramente em oposição ao monoteísmo. Esta
crença contradiz os ensinamentos de todos os Profetas e
Mensageiros de Deus. Deus está para além de qualquer
atributo humano ou criado. Jesus (as) é o Messias, o
Cristo, a palavra de Deus, o anunciado, enviado por
Deus Misericordioso, enquanto Profeta e Mensageiro.
Deus diz‐nos também que Jesus (as), filho de Maria, não
está morto, que foi elevado à Sua presença. Os
Muçulmanos acreditam que o regresso de Jesus (as) será
um dos sinais do Último Dia. Quando Jesus (as) voltar,
não virá na qualidade de Profeta e Mensageiro, portador
de novas revelações. Pelo contrário, ele será o líder dos
fiéis e destruirá o anticristo, que tanto engano e mal terá
provocado sobre a Terra. Jesus (a.s) obedecerá à
manifestação final da lei revelada a Muhammad.

terça-feira, 6 de maio de 2014

A História de Adão e Eva.




















A história de Adão e Eva é referida no Alcorão. Não
obstante o facto de, em muitos aspectos, ser similar à
referida nas reminiscências das Antigas Escrituras, difere
noutros deveras significativos.
Deus anunciou ao Anjos que havia colocado uma nova
espécie sobre a Terra. A partir do barro, Deus criou Adão
(as), dando‐lhe alma. Ensinou‐lhe o nome de todas as
coisas, criando também a Eva, sua mulher, e dando‐lhe
igualmente alma. Deus permitiu‐lhes que vivessem
livremente no Paraíso, dizendo aos Anjos: “Curvai‐vos
perante Adão” (O que eles fizeram, não em acto de
adoração, mas como forma de respeito). Satanás estava
presente entre os Anjos, embora não fosse um deles. Ele
era um Jinn ( genio), uma espécie de seres, criados por Deus
antes de Adão (as), a partir de uma chama de fogo sem
fumo, e que dispunham de livre arbítrio. Quando Deus
ordenou aos Anjos e àqueles que se encontravam na sua
companhia que se curvassem perante Adão (as), todos o
fizeram, com excepção de Satanás, impedido pelo
orgulho e pela arrogância. Satanás afirmava ser superior
a Adão (as), visto ter sido criado a partir do fogo,
enquanto que Adão (as) o fora a partir do barro. De
facto, Satanás foi o primeiro racista da História.
Satanás caiu em desgraça perante Deus, o Avaliador, que
o condenou pela sua desobediência. Contudo, Satanás, o
amaldiçoado, pediu a Deus que lhe concedesse um
adiamento até ao Dia do Juízo Final (Ressurreição), de
modo a que lhe fosse possível fazer de Adão (as) e dos
seus descendentes indignos. Satanás disse: “Na verdade,
desencaminhá‐los‐ei e, certamente, despertarei os seus
desejos vãos”. Deus concedeu‐lhe a prorrogação
solicitada, como tratando‐se de um teste para a
Humanidade. O que se passava é que Deus sabia aquilo
que Satanás desconhecia. Importa ter em conta que, de
forma alguma, jamais Satanás poderá “guerrear” com
Deus, visto, como tudo o mais que existe, ele é Sua
criação. Satanás existe apenas por vontade de Deus,
encontrando‐se completamente submetido ao Seu poder.
Se Deus não quisesse que Satanás ou os seus ajudantes
existissem, ser‐lhes‐ia impossível continuar a existir, nem
que fosse por um só momento.
O Islão não concede que Satanás partilhe da divindade
de Deus, não lhe atribuindo quaisquer qualidades
divinas ou celestes. O Islão repele a ideia de que Satanás
iniciou uma guerra com Deus, arrastando consigo um
terço das hostes dos Céus. Satanás é um inimigo confesso
da Humanidade, mas não passa de uma criatura,
completamente dependente de Deus para a sua própria
existência.
Não obstante o orgulho, a maldição e o facto de ter caído
em desgraça perante Deus, Satanás serve um propósito.
Deus pretende que os seres humanos possam escolher
livremente entre o bem e o mal, tendo‐lhes concedido
uma capacidade inata para reconhecer o Criador e
voltarem para Ele. É suposto o ser humano ser bom por
natureza, nascendo puro, em perfeito estado de Islão
(submissão). Satanás e as suas hostes comandam o mal,
opondo‐se ao bem, procurando desencaminhar a
Humanidade para a perversão e para a idolatria,
afastando‐a do monoteísmo, da rectidão e do caminho de
Deus. Deus, o Todo Sapiente, intima os Muçulmanos a
seguirem o bem e proíbe o mal. Em virtude do exercício
do livre arbítrio com que foram dotados, e resistindo às
tentações de Satanás, os seres humanos podem alcançar
um elevado estado de honra.
O que se segue é um resumo do caminho percorrido por
Adão e Eva enquanto no Paraíso. Era‐lhes concedida
uma liberdade plena, e viviam felizes. Deus disse‐lhes
que comessem da fruta do Jardim, e que dela
desfrutassem. Proibiu, contudo, que se aproximassem de
uma árvore, avisando‐os que, caso desobedecessem,
estariam entre os culpados. Satanás procurou‐os e
desafiou‐os, dizendo‐lhes que Deus apenas os proibira de
comer da árvore porque isso os tornaria imortais ou
iguais aos Anjos. Assim sendo, foram ambos enganados
por Satanás, e comeram da árvore.
Adão e Eva sentiram vergonha. Voltaram‐se para Deus
em sincero arrependimento, e Deus, o Perdoante, o
Beneficente, o Misericordioso, perdoou‐os. O Islão
rejeita claramente o conceito de pecado original, ou a
ideia de que todos os seres humanos nascem pecadores,
em virtude dos actos de Adão. Nunca um ser humano
poderá ser responsabilizado pelos actos de outro (porque
Deus é o Justo). Todos os seres humanos são
responsáveis pelos seus próprios actos e nascem
Muçulmanos (submissos à Vontade de Deus), puros e
livres do pecado. Importa referir que o Islão não
culpabiliza Eva. Tanto Eva como Adão dispunham de
livre arbítrio. Ambos comeram da árvore. O pecado e a
desobediência de ambos tratou‐se de uma iniciativa
conjunta. O Islão rejeita a ideia de que a mulher é um ser
malévolo e sedutor, amaldiçoado com a menstruação e as
dores do parto, tudo devido ao pecado cometido por Eva.
Deus expulsou Adão e Eva do Paraíso, fazendo‐os
habitar sobre a Terra. Inicialmente, Deus dissera aos
Anjos que colocara um novo ser na Terra. A Terra é onde
Deus, desde a criação, no seu conhecimento infinito,
pretendeu que permaneçamos.

quinta-feira, 1 de maio de 2014

Pecado e Arrependimento.





















Pecar é desobedecer consciente e deliberadamente a
Deus. O maior de todos os pecados é o politeísmo,
embora a violação intencional dos mandamentos de Deus
seja igualmente um acto pecaminoso. Deus, o Preventor,
proibiu várias coisas que são prejudiciais para o
indivíduo ou para a sociedade. Exemplos de actos
pecaminosos são o assassinato, as agressões, o roubo, a
fraude, a usura , a fornicação, o adultério, a
feitiçaria , o consumo de álcool, comer carne
de porco e o uso de drogas ilícitas.

O Islão rejeita a doutrina do pecado original. Ser algum
deverá ser responsabilizado pelos actos de outro, pois
isto seria uma grande injustiça, e Deus, o Misericordioso,
é o Justo. Cada um de nós é responsável perante Deus,
Aquele que tudo vê, pelos nossos próprios actos.
Contudo, caso uma pessoa incite outra a pecar, então,
ambas são castigáveis. Uma, merece castigo por, na
realidade, ter cometido o pecado; a outra, por a ter
encorajado a fazê‐lo.

Quando uma pessoa peca, merece o castigo de Deus.
Felizmente, Deus é o Compassivo, Aquele que perdoa
frequentemente. Deus age com conhecimento e justiça
infinitos. Os Muçulmanos não acreditam que Jesus (as),
filho de Maria, tenha morrido pelos pecados da
Humanidade. Deus, o Compassivo, perdoa quem quer.
O acto de acreditar que tenha sido necessário Jesus (as)
sofrer e morrer para que os nossos pecados fossem
perdoados, é negar o poder e justiça infinitos de Deus. A
misericórdia de Deus é ilimitada.
Deus, o Respondente, promete‐nos o perdão, caso nos
voltemos para Ele, em sincero arrependimento. O
arrependimento é um assunto sério, é a maneira pela
qual a pessoa pode obter a salvação, por intercessão da
misericórdia de Deus, motivo pelo qual não pode ser
encarado de ânimo leve. O verdadeiro arrependimento
obedece às seguintes condições:

1. A pessoa deve reconhecer e aceitar que pecou,
arrependendo‐se verdadeiramente por o ter feito;

2. A pessoa deve voltar‐se humildemente para
Deus, pedindo‐Lhe perdão;

3. A pessoa deve ter a sincera resolução de não
voltar a cometer o mesmo pecado;

4. Caso o pecado cometido tenha prejudicado
alguém, a pessoa deve fazer tudo o que estiver ao
seu alcance para o remediar.

Isto não significa que, caso a pessoa volte a cometer o
mesmo pecado futuramente, o seu arrependimento
prévio seja anulado. O que se torna necessário é o sério
compromisso de não voltar a pecar. Visto não sabermos
o que o futuro nos reserva, a porta para o
arrependimento está sempre aberta. Deus, Aquele que
perdoa frequentemente, fica feliz, quando os filhos de
Adão regressam a Si, em busca do Seu perdão infinito.
O arrependimento é uma forma de prestar culto.
Ninguém, exceptuando Deus, pode perdoar os pecados.
É proibido ao Muçulmano procurar o perdão divino
através de outra pessoa, visto os Muçulmanos
acreditarem que isso seria uma forma de politeísmo.


Os Perigos das Inovações Introduzidas no Islão (Bid’ah).
















Deus ordenou aos Muçulmanos que não se dividissem
em seitas. Em termos de religião e culto, as inovações e
divisões no seio do Islão são consideradas uma
contaminação, um erro, uma transgressão. As primeiras
transgressões abomináveis ao monoteísmo, como, por
exemplo, adorar coisas criadas, tiveram como resultado a
condenação de Deus. (Contudo, inovações em outras
áreas, como é o caso da Ciência e da Tecnologia para o
melhoramento da vida, são amplamente encorajadas).
Deus, o Compassivo, disse‐nos, por intermédio do Seu
último Profeta, Muhammad (saw), e quando este estava
próximo do fim, que a religião do Islão estava completa.
É imperioso que os Muçulmanos reconheçam que,
qualquer alteração em matéria de culto, é estritamente
proibida. Qualquer inovação introduzida pela
Humanidade, a qual se encontra constantemente sob a
influência de Satanás, não poderá nunca acrescentar algo
de positivo ao Alcorão, contribuindo apenas para a
degradação da religião perfeita e completa, estabelecida
por Deus. Todas as inovações em questões de religião
levam ao desen‐caminho, e todo o desencaminho conduz
ao Inferno. As pessoas devem impedir toda e qualquer
transgressão (adição ou eliminação), por mais pequena
que seja, em questões de culto. Caso sejam permitidas
algumas alterações, estas transgressões serão aceites
pelas futuras gerações, o que resultará numa outra
religião fabricada pelo Homem, não sendo mais o Islão
perfeitamente preservado por Deus, o Verdadeiro. O
acto de construir uma religião usando uma abordagem
tipo “carrinho de compras”, onde se transporta apenas o
que verdadeiramente está de acordo com os interesses
humanos, acrescentando ou eliminando o que os possa
contrariar, ou seguindo‐se cegamente o líder de uma
qualquer religião, tratam‐se de estratégias inadmissíveis.
A alteração das leis de Deus é proibida pelo Islão. Deus
condena os líderes religiosos que alteram os princípios
divinos. Quem tentar introduzir inovações, colocando‐se
ao mesmo nível de Deus, comete politeísmo. Exemplo
disto, seria tornar legítimo o assassinato de inocentes. As
Leis de Deus são perfeitas e não necessitam de ser
“modernizadas” por ninguém. Deus concede‐nos
liberdade para obedecer ou desobedecer, escolhendo
seguir a Sua fé ou os nossos próprios desejos. Contudo,
proíbe‐nos de modificar os Seus princípios religiosos.