terça-feira, 6 de maio de 2014

A História de Adão e Eva.




















A história de Adão e Eva é referida no Alcorão. Não
obstante o facto de, em muitos aspectos, ser similar à
referida nas reminiscências das Antigas Escrituras, difere
noutros deveras significativos.
Deus anunciou ao Anjos que havia colocado uma nova
espécie sobre a Terra. A partir do barro, Deus criou Adão
(as), dando‐lhe alma. Ensinou‐lhe o nome de todas as
coisas, criando também a Eva, sua mulher, e dando‐lhe
igualmente alma. Deus permitiu‐lhes que vivessem
livremente no Paraíso, dizendo aos Anjos: “Curvai‐vos
perante Adão” (O que eles fizeram, não em acto de
adoração, mas como forma de respeito). Satanás estava
presente entre os Anjos, embora não fosse um deles. Ele
era um Jinn ( genio), uma espécie de seres, criados por Deus
antes de Adão (as), a partir de uma chama de fogo sem
fumo, e que dispunham de livre arbítrio. Quando Deus
ordenou aos Anjos e àqueles que se encontravam na sua
companhia que se curvassem perante Adão (as), todos o
fizeram, com excepção de Satanás, impedido pelo
orgulho e pela arrogância. Satanás afirmava ser superior
a Adão (as), visto ter sido criado a partir do fogo,
enquanto que Adão (as) o fora a partir do barro. De
facto, Satanás foi o primeiro racista da História.
Satanás caiu em desgraça perante Deus, o Avaliador, que
o condenou pela sua desobediência. Contudo, Satanás, o
amaldiçoado, pediu a Deus que lhe concedesse um
adiamento até ao Dia do Juízo Final (Ressurreição), de
modo a que lhe fosse possível fazer de Adão (as) e dos
seus descendentes indignos. Satanás disse: “Na verdade,
desencaminhá‐los‐ei e, certamente, despertarei os seus
desejos vãos”. Deus concedeu‐lhe a prorrogação
solicitada, como tratando‐se de um teste para a
Humanidade. O que se passava é que Deus sabia aquilo
que Satanás desconhecia. Importa ter em conta que, de
forma alguma, jamais Satanás poderá “guerrear” com
Deus, visto, como tudo o mais que existe, ele é Sua
criação. Satanás existe apenas por vontade de Deus,
encontrando‐se completamente submetido ao Seu poder.
Se Deus não quisesse que Satanás ou os seus ajudantes
existissem, ser‐lhes‐ia impossível continuar a existir, nem
que fosse por um só momento.
O Islão não concede que Satanás partilhe da divindade
de Deus, não lhe atribuindo quaisquer qualidades
divinas ou celestes. O Islão repele a ideia de que Satanás
iniciou uma guerra com Deus, arrastando consigo um
terço das hostes dos Céus. Satanás é um inimigo confesso
da Humanidade, mas não passa de uma criatura,
completamente dependente de Deus para a sua própria
existência.
Não obstante o orgulho, a maldição e o facto de ter caído
em desgraça perante Deus, Satanás serve um propósito.
Deus pretende que os seres humanos possam escolher
livremente entre o bem e o mal, tendo‐lhes concedido
uma capacidade inata para reconhecer o Criador e
voltarem para Ele. É suposto o ser humano ser bom por
natureza, nascendo puro, em perfeito estado de Islão
(submissão). Satanás e as suas hostes comandam o mal,
opondo‐se ao bem, procurando desencaminhar a
Humanidade para a perversão e para a idolatria,
afastando‐a do monoteísmo, da rectidão e do caminho de
Deus. Deus, o Todo Sapiente, intima os Muçulmanos a
seguirem o bem e proíbe o mal. Em virtude do exercício
do livre arbítrio com que foram dotados, e resistindo às
tentações de Satanás, os seres humanos podem alcançar
um elevado estado de honra.
O que se segue é um resumo do caminho percorrido por
Adão e Eva enquanto no Paraíso. Era‐lhes concedida
uma liberdade plena, e viviam felizes. Deus disse‐lhes
que comessem da fruta do Jardim, e que dela
desfrutassem. Proibiu, contudo, que se aproximassem de
uma árvore, avisando‐os que, caso desobedecessem,
estariam entre os culpados. Satanás procurou‐os e
desafiou‐os, dizendo‐lhes que Deus apenas os proibira de
comer da árvore porque isso os tornaria imortais ou
iguais aos Anjos. Assim sendo, foram ambos enganados
por Satanás, e comeram da árvore.
Adão e Eva sentiram vergonha. Voltaram‐se para Deus
em sincero arrependimento, e Deus, o Perdoante, o
Beneficente, o Misericordioso, perdoou‐os. O Islão
rejeita claramente o conceito de pecado original, ou a
ideia de que todos os seres humanos nascem pecadores,
em virtude dos actos de Adão. Nunca um ser humano
poderá ser responsabilizado pelos actos de outro (porque
Deus é o Justo). Todos os seres humanos são
responsáveis pelos seus próprios actos e nascem
Muçulmanos (submissos à Vontade de Deus), puros e
livres do pecado. Importa referir que o Islão não
culpabiliza Eva. Tanto Eva como Adão dispunham de
livre arbítrio. Ambos comeram da árvore. O pecado e a
desobediência de ambos tratou‐se de uma iniciativa
conjunta. O Islão rejeita a ideia de que a mulher é um ser
malévolo e sedutor, amaldiçoado com a menstruação e as
dores do parto, tudo devido ao pecado cometido por Eva.
Deus expulsou Adão e Eva do Paraíso, fazendo‐os
habitar sobre a Terra. Inicialmente, Deus dissera aos
Anjos que colocara um novo ser na Terra. A Terra é onde
Deus, desde a criação, no seu conhecimento infinito,
pretendeu que permaneçamos.